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sábado, 28 de fevereiro de 2015

COMO OS PAPAS SE TORNARAM IMPERADORES


ROMA - DECADÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO 
                Roma não caiu numa decadência parecida com a da Babilônia  porque se transformou na capital do mundo católico. Ainda que sua atual população seja de apenas cerca de um terso do que era ha dois mil anos. Com sabemos, a Babilônia morreu e ficou sepultada durante milhares de anos onde, em camadas sucessivas, o vento foi atirando areia sobre suas ruínas até que um explorador do nosso tempo descobriu alguns montículos que a enterravam. Naquele lugar só habitavam algumas tribos selvagens que armavam, sobre aquele sítio histórico, suas miseráveis tendas onde, nas magríssimas pastagens, soltavam seu pobre rebanho.  
                 Em nenhuma parte do mundo existe uma cidade tão rica e ao mesmo tempo tão triste como Roma. Seu lado maravilhoso é, para os olhos atentos, as ruínas que conserva do seu tempo  de glória e grandeza. Por outro lado, nos faz pena contemplar suas grandiosas ruínas do tempo em que era a senhora do mundo. Conhecemos os princípios  do poderio romano, seu apogeu e sua decadência no tempo dos imperadores; também conhecemos como a Igreja Católica se tornou a senhora de Roma.   Foi berço do catolicismo depois de tempos clássicos e depois da Idade Média. Exatamente na Idade Média, quando imperavam os Papas, ela se transformou entre as mais formosas do mundo civilizado. 
                 Durante o apogeu do Império Romano havia muitas formas de religião, ou seja o politeísmo. Nessa época Roma alcançou sua maior grandeza sob o domínio dos soberanos pagãos. Mandaram estes edificar templos a todos os deuses da sua mitologia, palácios luxuosíssimos, coliseus com capacidade para 250.000 pessoas que lá iam assistir as corridas de carros. As suas estátuas esculpiram-se para glorificar os conquistadores e em honra aos deuses adorados pelo povo. O Cristianismo era praticado de forma secreta. O imperador Diocleciano ficou na história como sendo o maior assassino dos cristãos; sua perseguição durou cerca de 10 anos, isto é, de 302 a 312. Os mártires atingiram a elevado cifra de 20 mil, número absurdamente alto considerando a população mundial de então. Diocleciano abdicou, mas obrigou Maximiliano a imitá-lo. Galério e Constâncio tornaram-se, portanto, Augustos, e, quando Constâncio morreu o exército aclamou como sucessor o seu filho, Constantino, enquanto no resto da Itália, o Senado e os Pretorianos elegiam Maxêncio, sob a condição de que esse transferisse a capital de Milão para Roma.   
                Com dois imperadores não demorou muito para surgir rivalidades. Constantino encarava o cristianismo com espírito de tolerância, mas Maxêncio via um grave perigo na comunidade cristã para a segurança do Império. A guerra foi longa e sangrenta, mas Constantino, com a ajuda dos cristãos, derrotou Maxêncio perto da ponte Mílvio em Roma no ano 312. Essa vitória representou um grande triunfo também para o Cristianismo. Segundo a lenda, antes da batalha, Constantino disse ter visto no céu uma cruz com a legenda: "In hoe signo vince" (Com este sinal vencerás). Naturalmente foi uma grande cartada de Constantino que, com essa fábula, conseguiu todo o apoio dos cristãos, e foi decisiva para derrotar Maxêncio. Outro fator decisivo para explicar esse lado espiritual de de Constantino é o fato dele ser filho de Santa Helena,que, em romaria à Terra Santa, descobrira uma cruz onde Jesus Cristo teria sido crucificado.    
                Após a derrota de Maxêncio, Constantino enfrentou o último Augusto, que permanecia no Oriente, Licínio, derrotando-o e, assim, ficou sendo o único imperador sobre Oriente e Ocidente. 
                Sentindo como era interessante e poderosa a fé na vida das pessoas, Constantino promulgou o "Edito", que os historiadores denominaram-no "de Milão" que quer dizer de "tolerância", e pelo qual permitia aos Cristãos professarem livremente seu culto. 
                Outro acontecimento importantíssimo para o culto cristão foi o "Concílio de Nicéia", cidade da Ásia Menor, onde, em 325, reuniram-se os bispos  cristãos para discutirem duas opiniões sobre Jesus Cristo: aquela de Ário, padre alexandrino, que sustentava a doutrina de que Jesus era semelhante ao Pai, mas não eterno como este; já a opinião do bispo Atanásio de Alexandria era de que Cristo não era criatura, mas sim substância divina. Depois de muitos debates o primeiro "Consílio Ecumênico" , ou seja, universal, condenou a doutrina de Ário e aprovou a de Atanásio. Naquele mesmo concílio se formulou o "Credo", que ainda hoje é denominado "Credo de Nicéia" e continua sendo recitado durante a missa católica. Constantino ficou na história como sendo um homem justo e magnânimo. Graças ao seu espírito de tolerância o Cristianismo pode desenvolver-se por todo o império. 
                   Depois da morte de Constantino outros imperadores se sucederam, mas a decadência do império era inevitável. Nessa época o império passou a ser atacado por povos bárbaros. Com o império sob o domínio dos invasores chamados "bárbaros" foi a oportunidade para que os papas convertessem os conquistadores ao cristianismo; muitos se tornaram cabeças da religião, além de soberanos que passaram a intervir diretamente nos governos de todas as nações cristãs. Dessa forma, podemos dizer seguramente que Roma deve aos papas  a sua segunda vida.
                   Quando os papas chegaram ao poder de Roma quiseram que o cristianismo revitalizasse a cidade como acontecia na época da Roma pagã e sua religião mitológica; os sucessivos pontífices encarregaram os melhores artistas do mundo, escultores e pintores, da transformação dos templos pagãos em igrejas cristãs, assim como de edificar novas igrejas e embelezar a cidade aos olhos dos que adoravam Deus. 
                   Nos nossos dias ainda existem muitos restos da antiga Roma, porque os seus "bárbaros conquistadores" não puderam destruir nem saquear todos os magníficos monumentos da sua passada grandeza; e precisamente estes restos da antiguidade  são os que fazem atualmente de Roma uma cidade de aspecto tão triste e ao mesmo tempo tão encantador. 
                   O imenso palácio do Vaticano, uma das principais glórias da Roma cristã, levou centenas de anos para ser edificado. Para escrever a sua história e dos homens que trabalharam na sua construção teríamos que percorrer a história da política e da arte da Europa daquele tempo. 
                   O palácio do Vaticano foi erigido onde antigamente os romanos se reuniam para venerar uma estátua pagã e mais tarde o terrível Calígula ali construiu um grande circo onde se divertia matando pessoas distintas, senadores e matronas que encontrava em seu caminho. Também naquele lugar esteve o circo de Nero, onde o cruel imperador  crucificava os cristãos, ou então, depois de os disfarçar sob aparência de feras os lançava aos cães ou ainda os queimava vivos para que servissem de iluminação durante suas diversões noturnas. 

                   Passaram esses tempos e o Vaticano foi, até os fins do século V, a residência dos papas ainda que durante todo o período da Idade Média, estes tenham habitado São João de Latrão. Foi somente em 1309 que Inocêncio II começou sua reedificação com a finalidade de o adaptá-la à residência papal. 

                  A obra do vaticano passou de papa em papa até a chegada do ambicioso Nicolau V que concebeu o grandioso pensamento de fazer dele o maior e mais magnífico palácio do mundo. Morreu sem conseguir sua gloriosa obra, mas os seus sucessores deram continuidade até chegar ao que é hoje: o maior e mais esplêndido palácio do mundo, que abriga os mais ricos tesouros artísticos da humanidade. Ocupa uma superfície de cinco hectares e meio, contem 200 escadas e cerca de mil capelas, aposentos, salões e museus. 
                  A grande basílica de São Pedro, o maior templo de Roma e o mais venerado pelos católicos começou no tempo de Júlio II, no ano de 1506 e durou mais de 176 anos. O templo de São Pedro não tem rival, considerando-se o esplendor de seus mármores, estátuas e pinturas e pela riqueza  da sua ornamentação em jóias e metais preciosos. 
                  A atual basílica ocupa o lugar de uma igreja anterior que era riquíssima em obras de arte, reunidas à custa de muito tempo, dinheiro e trabalho e que foram simplesmente destruídas por ignorância ou deliberadamente, quando da sua demolição. Esta barbárie imperdoável é atribuída a Júlio II que ordenou a destruição da antiga igreja para dar lugar à nova. Um exemplo de ambição desmedida e financiada pelo dinheiro dos fiéis. 
                  O Vaticano, a grande basílica, as centenas de igrejas e de ricos museus foram obras executadas durante o tempo em que os papas foram soberanos da Cidade Império. 
                  Para Roma foram levados os melhores artistas da época. Entre eles temos Fra Angelico com suas obras cheias de unção que acabou influenciando muitos outros pintores que, graças ao dinheiro dos papas, chegaram a ser grandes artistas.
                  Um dos grandes artistas da época, Gentil de Fabriciano, nascido no povoado de Fabriciano em 1348,  também foi chamado a Roma. Nessa época ele tinha cerca de 40 anos, portanto mais que Fra Angelico que imediatamente o tomou como seu mestre. Portanto, já era idoso quando sua fama chegou a Roma.  Anos antes ele tinha estudado sob a direção de Allegretto de Nuzio. As melhores e também a maior parte de suas obras foram pintadas em Florença e Veneza. Desta última cidade recebeu um título nobiliário e uma pensão. O papa  Martinho V chamou-o para trabalhar na ornamentação da igreja de São João de Latrão. Suas pintura eram cheias de vitalidade e expressavam a alegria que iluminava seu espírito. Tinha sentimento infantil que também encontramos nas pinturas de Fra Angelico. 
                Filippino Lippi, artista de Florença, também foi chamado a Roma. Era muito jovem, mas herdou o gênio do pai. Vivem entre 1458 e 1504, quando já estava muito famoso. Ainda criança perdeu seu pai nascido em 1406 que passou toda sua vida pintando em Florença. Algumas das obras mais formosa de Filippino são afrescos que pintou no templo de Minerva e que representam as cenas da vida de São Thomaz de Aquino. Sandro Botticelli, nascido em Florença em 1446 foi aluno de Lippi (pai). 
                Sandro começo como aprendiz de ourives em casa de um tal Botticelli que, por sua admiração ao mestre de ourivesaria tomou seu nome e o tornou famoso.  Seu nome era Filipepi. Felizmente, para todo o mundo da arte, abandonou o ofício de ourives e foi estudar na oficina do mestre Lippi e dele assimilou e melhorou seu espírito artístico. Na sua mocidade foi um grande apreciador da mitologia e lendas antigas e delas tirou inspiração para muitas de suas telas imortais. As principais e mais conhecida são: Nascimento de Vênus, Vênus  com a Graças. Ainda bastante jovem foi atraído pelos assuntos religiosos; dois dos seus quadros piedosos encontram-se atualmente entre as maiores glórias de Florença. Sempre teve alguns problemas com os críticos da época, tanto que uma das suas obras foi declarada herética e teve que ser escondida para salvá-la. Apesar do seu lado artístico erótico, foi chamado a Roma, onde passou a maior parte de sua vida pintando a Capela Sistina. Mesmo com muito trabalho, ainda encontrou tempo para ilustrar a "Divina Comédia" de Dante Alighieri. Apesar de ter ganho muito dinheiro com os papas, passou seus últimos anos na pobreza, vivendo com uma pensão que lhe pagavam os Médicis. Já no final da vida teve a infelicidade de ficar cego e coxo, sem poder prosseguir no ofício que tanto amava.   
                 Os papas eram os grandes afortunados da época. Exploravam a fé das pessoas, inclusive de reis poderosos,  e com ela conseguiam amealhar fortuna e poder. 
                  Além dos pintores já mencionados, à Roma foram chamados os maiores escultores de então. Inicio esta etapa falando da obra de Donato Bramante que nasceu em Urbino e morreu em Milão, onde aprendeu geometria, perspectiva e ciência, que naquele tempo não eram bem compreendidas. A história de Bramante está intimamente ligada aos trabalhos que empreendeu para desenvolver o estudo das ciências; foi com esse procedimento que introduziu maior exatidão e verdade nas suas obras. Foi Bramante que fundou os alicerces da Basílica de São Pedro. Era um dos melhores pintores do seu tempo, mas abandonou esta arte e passou a dedicar-se inteiramente ao lápis e compasso de arquiteto. À Roma foi chamado por Alexandre VI e no tempo de Júlio II edificou as grandes galerias do Vaticano; depois traçou o plano e lançou os alicerces da basílica. Sua ideia era construí-la em forma de cruz grega; mas morreu oito anos depois de ter começado este trabalho. Com sua morte chegou a oportunidade de três gênios, considerados dos maiores de todos os tempos: Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo e Raphael.  
                 Leonardo da Vinci teve poucas relações com Roma, mas foi ali uma das maiores figuras  da arte mundial. No entanto, mesmo com sua curta vida naquela cidade, nos legou grandes obras nas mais diversas categorias.  
                 Miguel Ângelo, um dos maiores artistas da época, tinha uns vinte e três anos a menos do que Leonardo e mais de vinte oito que Raphael. Com apenas estes três artistas poderíamos qualificar aquela época como a "idade dos gigantes do gênio". Miguel Ângelo e Leonardo competiram numa obra em Florença; essa competição provocava seus gênios e assim produziram extraordinárias obras primas; essa rivalidade os acompanhou a Roma, onde desabrocharam definitivamente todas suas potencialidades. Mesmo com tantos pontos de vista tão diferentes, Miguel Ângelo e Leonardo  subjugaram todos os seus contemporâneos, nas mais diversas artes. Miguel Ângelo foi, sem dúvida, um dos maiores escultores do todos os tempos, além de ser também um dos maiores pintores e eminente poeta. Era um eterno apaixonado. Nascido em Caprese, no dia 6 de março de 1475 veio a falecer em Roma no dia 18 de Fevereiro de 1564, aos 89 anos. Foi nessa idade  que falou a famosa frase: "Ainda aprendo". Seu pai era de uma família modesta e não considerava o trabalho do filho como algo importante, ao contrário o desprezava. Com apenas trinta anos sua fama se espalhara pela Itália e foi chamado a Roma por Júlio II para trabalhar no grande mausoléu que o vaidoso Papa, a exemplo dos antigos Faraós, queria ser sepultado. A obra era gigantesca e lhe ocupou praticamente toda a vida.  Estava a apenas dois anos trabalhando naquela obra e recebeu a incumbência de pintar a Capela Cistina. O trabalho era enorme para apenas um profissional; O teto é abobadado e tem 45 metros de comprimento com 15 de largura. Sem auxílio de mais ninguém, em pouco mais de quatro anos terminou  aquele trabalho que até hoje não há com que comparar. Muitas figuras do teto são grandiosas e terríveis, outras belas e serenas. Todo o conjunto está cheio de profundo sentimento, como se fosse um poema de ação. Pela sua beleza e grandiosidade, esta obra sempre foi considerada um assombro no mundo artístico.  Durante todo o trabalho, Miguel Ângelo não aceitou ajudantes e nem telespectadores. Acapela conservava-se permanentemente fechada; não gostava nem da presença do papa durante o período em que estava trabalhando. O papa sabendo de suas exigências, um certo dia aproximou-se silenciosa e secretamento, mas o artista percebeu sua presença e deixou seus utensílios cair sobre o pontífice; este ficou tão furioso que o artista teve de deixar Roma até os ânimos se acalmarem. Tudo indica que foi nessa e´poca que Miguel Ângelo esculpiu uma de suas famosas estátuas de Florença. Aproveitando um bloco enorme de mármore e com seu milagroso cinzel esculpiu a estátua de David, que vei a ser uma mas mais aplaudidas de todos os tempos. Outra obra deste genial artista é a estátua de Moises. Quando finalmente pode voltar a Roma continuou seu trabalho no mausoléu do papa furioso que já estava calmo. Depois foi nomeado arquiteto de São Pedro e traçou os planos da grande cúpula. Miguel Ângelo nunca se casou, mas amou profundamente uma marquesa que lhe deu inspiração para produzir belíssimos poemas. 
                   Raphael inspirou-se em Miguel Ângelo. Nasceu em Urbino em 1483. Tinha apenas vinte e cinco anos de idade quando foi chamado a Roma  por Júlio II. Sua obra foi inspirada em Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci, mas foi o primeiro que exerceu sua influência e reflexo que definiram sua forma de trabalhar. Ele nunca foi um copista, pois era grande demais para tal. Ainda que Raphael fosse melhor  pintor que Miguel Ângelo, à influência deste se deve a inspiração que viria a iluminar sua curta vida. O papa nomeou-o primeiro arquiteto de São Pedro, cargo que, por sua morte, passou para Miguel Ângelo. Foi o pintor mais ilustre, não só quanto à forma, mas também quanto à execução. Pintou famosos afrescos do Vaticano, belíssimos quadros de assuntos bíblicos, cartões para as tapeçarias da catedral de Arcaz, hoje universalmente célebres, retratos, estudos, desenhos, etc. Trabalhava sem descanso, até parecia saber que não viveria muito. Morreu aos 37 anos, deixando uma obra eterna. 
                   Como sabemos a obra do Vaticano foi gigantesca, para não dizer megalômana. Mas foi graças a ela que muitos artistas tiveram a oportunidade de se expressar. Embora os papas exercessem grande censura sobre seus funcionários artistas, muitas obras foram preservadas e estão guardas no Vaticano, a maior galeria de arte do mundo. 
                   Benvenuto Cellini, ourives e escultor, tornou-se celebre em Roma durante os pontificados de Clemente VII e de Paulo III. Nasceu em 1500 em Florença e morreu na mesma cidade em 1571, depois de ter habitado um bom tempo em Roma, além de ter viajado muito pela França. 
                   O seus trabalhos são admiráveis. Muitos dos seus crimes foram perdoados em consideração ao seu talento. Crimes esse que se praticados por outras pessoas lhe custariam a vida. 
                   Viveu numa época de muita libertinagem, mas Cellini foi pior que os libertinos de seu tempo. Era muito impulsivo e não exitava em matar alguém que simplesmente o contrariasse. Era o típico briguento inveterado. 
                   Enquanto Cellini dedicava boa parte do seu tempo a manejar sua espada, outro pintor, Sebastião del Piombo, de caráter calmo e totalmente contrário, trabalhava tranquilamente em suas obras. Supõe-se que nasceu em Veneza em 1485. Era amigo de Miguel Ângelo; dizem que o ajudou na pintura do quadro "A ressurreição de Lázaro", que atualmente se encontra na Galeria Nacional de Londres. Era um homem bom, piedoso além de grande artista. Nos últimos anos da sua vida ordenou-se padre católico. 
                   No século XVII e, no primeiro ano deste, encontramos um jovem chamado Claudio Gellée que, por ter nascido em Chamagne de Lorena é geralmente conhecido como Claudio de Lorena. Seu pai era um humilde pasteleiro, mas não quis ensinar-lhe o ofício dizendo: - "Não há meio de aprender a aquecer o forno nem cozer a massa". Na verdade todos nascem sabendo e a isso chamamos de talento. Na arte também é assim, não ha como aprender, mas pode-se inspirar-se em alguém. Foi assim que desabrocharam os grandes gênios da humanidade. 
                   Claudio de Lorena era um romântico inveterado. Seu maior prazer era vaguear pelos campos contemplando a aurora, as paisagens e os pássaros. Em casa sofria os maus tratos da família que queria vê-lo como pasteleiro profissional. 
                    Num certo dia juntou-se a outros jovens e partiram para Roma a fim de estudar. Chegando lá tornou-se ajudante de um pintor e com ele aprendeu a preparar as tintas. Era muito dedicado e logo apaixonou-se pelo trabalho. Vivia num simpático ambiente da oficina de arte, entregava-se inteiramente ao aprendizado, tanto que o dia lhe parecia curto.
                    Aos vinte e sete anos voltou a Roma e começou sua careira artística como paisagista. Ao final de dez anos lhe foi encomendado um quadro para o cardeal Bentivoglio, que o apresentou a Urbano VIII; aí foi o princípio de sua fortuna porque todos os ricaços da época queriam obter uma de suas obras. Produziu muitas obra para Roma, mas a doença veio buscá-lo. Morreu em 1682. Da vida deste jovem pintor nos ficou a experiência de que a família, especialmente os pais, não devem interferir na vida dos filhos, pois cada um tem seu próprio talento que só ele é capaz de entender o que melhor lhe convém. 
Nicéas Romeo Zanchett 
                  
                

CONTINUAREI BREVEMENTE. 
Desculpem, mas este é um trabalho que exige muitos estudos e pesquisas. Meu tempo, no momento, está um pouco escasso.
Nicéas Romeo Zanchett 

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